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26 de dezembro de 2013

Os segredos de manter-se feliz, não importa o que acontece




Pense na última vez em que você ficou chateado por causa de algo trivial. Quando, por exemplo, você se trancou fora da sua casa e, em vão, golpeou a porta. Ou quando foi anunciado que seu voo atrasou três horas devido a uma falha mecânica e você perdeu o seu compromisso. Ou quando você mudou para uma fila menor no supermercado e a pessoa  à sua frente, já no caixa, decidiu pagar todas as contas, de gás, luz e água… Ou quando o trânsito estava ruim e por isso você decidiu pegar o  seu atalho mais curto favorito e pegou um engarrafamento pior do que o  anterior. Nossas vidas estão cheias de tais eventos imprevisíveis que vêm como desafios ao senso de bem estar. Sacrificamos a nossa felicidade a essas situações, por nada. O único retorno por ficar chateado é uma dor de cabeça. Se isso se torna crônico, possivelmente seremos candidatos a ter uma vida mais curta.

Certa vez, eu estava de carro em Buenos Aires com um amigo. Quando o semáforo ficou verde, o carro estagnou. De repente, ouvi um taxista, que passou voando à minha direita, gritando a palavra 'mongólico' para mim. Ele, na realidade gastou sua fúria à toa pois, como eu ainda estava aprendendo espanhol, não entendi a expressão. Meu amigo me disse que a pessoa havia acabado de me chamar de imbecil. Mais tarde, eu fiz um cálculo rápido: se eu ganhasse cinco segundos a cada semáforo, no fim do dia, eu teria 10 minutos de tempo extra. Em minha mente eu criei uma caricatura de uma pessoa no semáforo cheia de raiva gritando 'mongólico' para todos os que se atrevessem a impedir o seu avanço. Dirigindo e arrancando nos semáforos seis dias por semana, durante 30 anos, chegaria a aproximadamente 2 meses de tempo extra! Mas, o quão mais curta seria a vida dele ao viver em tal estado permanente de ansiedade?

Recentemente, eu perguntei ao público de uma palestra, em Orlando, nos Estados Unidos, se a vida deles era confortável. Na autoestrada de Tampa, eu vi um enorme reboque levando um carro e um carro de golfe – combinação perfeita para um amante do conforto itinerante. A maioria então disse sim. Com isso, perguntei se eles ficam felizes, não importa o que aconteça. Eles disseram que poderiam permanecer mais ou menos felizes até que um próximo teste viesse, como aqueles que citei acima: uma chave perdida, um voo atrasado, uma fila pequena ou um atalho congestionado. Estes são apenas testes triviais. Imagine o quanto nós perderíamos se os testes fossem realmente importantes, como ter a nossa casa incendiada ou uma pessoa querida diagnosticada com câncer maligno. O fato é que precisamos de um grande estoque de entendimento e poder espiritual para passar pelo caos de cada dia.

Os segredos que aprendi

principalmente através de minha conexão com os ensinamentos da Brahma Kumaris, que me ajudaram a lidar com situações e a permanecer feliz ao longo dos anos:

1) Seja um observador desapegado

Isto significa manter uma visão ampla em relação ao que quer que aconteça. Todos os eventos fazem parte de uma peça incrivelmente maior, com cenas e cenários. Cada indivíduo tem um papel a desempenhar. Eu apenas tenho que me concentrar no meu papel e desempenhá-lo com a melhor das minhas habilidades. Todos estão sob a influência de suas próprias circunstâncias passadas e presentes. Na realidade, as pessoas apenas querem ser felizes e se possível evitar a tristeza. Elas querem entender as coisas e serem entendidas. Elas querem amar e ser amadas. É isso. Deixe que o show continue.

2) Felicidade consiste em doar

O fluxo da felicidade é um caminho de dentro para fora. Nesse sentido, eu não posso tomar felicidade dos outros ou das coisas. Eu só posso realmente dar. Felicidade é o tipo de coisa que aumenta realmente ao doar. Portanto, eu tenho que aprender a ativá-la e encontrar algo ou alguém para direcionar isso.

3) A outra metade de mim sou eu mesmo

A busca incessante por preenchimento através de objetos materiais e relacionamentos chega ao fim quando compreendemos que nós nunca nos encontraremos nas outras pessoas ou nas coisas físicas. Alguém mais, não importa quão grandioso(a) ele(a) seja, ou quão poético(a) seja, não pode mergulhar na minha alma e transformar meus sentimentos. As coisas e as pessoas podem me inspirar, mas, o quê e como eu me sinto depende de mim. É claro que a matéria satisfaz os sentidos físicos, mas não a alma. A própria busca por preenchimento começa com uma voz interna que clama para ser encontrada. A famosa outra metade da laranja sou eu!

4) Eu sou responsável

Eu sou responsável por meu estado espiritual e emocional. Há influências do presente e do passado, mas, eu não posso dizer, “eu sou assim por causa de alguém mais ou porque fui maltratado há 20 anos”. A vida é cheia de situações e testes, mas a menos que eu assuma a responsabilidade por meu estado mental e de espírito, eu sempre precisarei da misericórdia dos outros.

5) Estimulação dos sentidos não é felicidade

O mundo provê uma quantidade infindável de estímulos sensoriais, através de filmes, mp3s, vídeo games e atraentes divulgações. Eu não posso me lançar sem pensar, às coisas simples que me são oferecidas e ser impulsivo em um mundo que é a criação de alguém mais. Eu esqueço de ser o autor de mim mesmo. Não importa quão bela seja a cena, quão melodiosa seja a música ou quão saborosa seja a comida, meus órgãos sensoriais não são nem mais profundos do que eu e nem alimentam todos os meus desejos mais profundos, conectados a entender a vida e o meu verdadeiro papel nela.

6) Não crie e nem sustente expectativas irreais

Assim como eu tenho minhas limitações, todos os demais também têm. É irreal esperar que alguém seja constantemente amável, respeitoso e honesto comigo, quando eu sou, frequentemente, incapaz de fazer isso por mim mesmo. Eu não posso usar o respeito de alguém mais para compensar a minha própria falta de autorrespeito. Se eu sinto que alguém me traiu é porque eu traí a mim mesmo primeiro. É como apostar em um cavalo de corrida e meu cavalo não ganhou. Eu simplesmente rasgo o bilhete e sigo adiante.

7) A felicidade tem o mesmo tamanho que o meu potencial de bondade

Todos nós temos vocação para servir outros. Se eu puser o mundo de necessidades e de necessitados acima do meu próprio ego, poderei começar o trabalho de liberar o que é potencialmente bom em mim da prisão de minha ignorância. Ser verdadeiramente generoso e gracioso com os outros, não importa o quanto eles se comportem, é o início de ser capaz de ajudá-los. Ajudar os outros a serem mais felizes do que são capazes de ser é a maior caridade. Meu potencial para servir e minha possível felicidade têm o mesmo tamanho.

8) Aprender a estar no presente

A felicidade apenas pode ser experimentada no presente. Eu posso me lembrar de que eu era feliz ontem, mas, eu não posso experimentar essa felicidade agora. Se eu estou sempre olhando para trás, tentando extrair felicidade do passado ou procurando pela felicidade que eu posso ter essa noite, ou no fim de semana, ou quando eu estiver em férias, as oportunidades presentes passam. Se saio para caminhar, que eu possa apreciar o céu, as árvores e o dia. Se eu estou com outras pessoas, que eu possa apreciá-las como elas são. Que eu possa saborear a comida, apreciar a música, sentir a brisa, sem depender dessas coisas.  Eu então terei muitas razões para ser feliz nas coisas simples.

9) Meditar diariamente aumenta o meu estoque de entendimento e poder espiritual

Infelicidade é a falta de poder espiritual. Se eu gasto mais dinheiro do que ganho em um longo período de tempo eu vou à falência. Se eu gasto mais poder espiritual do que eu reponho diariamente, eu me torno espiritualmente falido. O truque, portanto, é acumular um estoque através da prática diária de meditação. Se eu posso meditar bem por 20 a 30 minutos como a primeira coisa que faço pela manhã, por 2 a 3 minutos de vez em quando durante o dia, e outros 20 a 30 minutos à noite, meu estoque de poder espiritual deverá ser suficiente para passar pela maioria das situações. Esse poder tende a se acumular conforme aprendo a pensar melhor. Quando os obstáculos maiores aparecem, deveria haver o suficiente para passar sobre eles também.

Veja o texto postado sobre meditação prática, neste mesmo blog (Pense menos, pense melhor – aprenda a meditar)

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